terça-feira, 18 de março de 2008

"Bem aventurados os puros de coração"

“Pobre pelo espírito” é aquele que se libertou interiormente de todo o apego a qualquer objeto externo.

“Puro de coração” é aquele que se libertou, não só dos objetos externos, mas também do sujeito interno, isto é, daquilo que ele idolatrava com sendo o seu sujeito, o seu eu, embora fosse apenas o seu pseudo-eu, o seu pequeno ego-físico mental.

De maneira que ser puro de coração é ainda mais glorioso do que ser pobre pelo espírito; ser interiormente livre da obsessão do ego vivo é mais do que ser livre da escravidão da matéria morta. Aliás, ninguém pode ser realmente livre da matéria morta dos bens externos sem ser livre da ilusão do ego vivo, porque tudo que eu chamo “meu” é apenas um reflexo e uma conseqüência do meu falso “eu”, o ego físico-mental; se o meu falso eu se tivesse integrado no verdadeiro Eu, que é o Universo em mim, não teria eu necessidade alguma de me apegar àquilo que chamo “meu”, os bens individuais.

A definitiva integração do pequeno ego físico-mental no grande Eu racional-espiritual é que é pureza de coração, que garante uma visão clara de Deus.Ninguém pode ver claramente o Deus transcendente do universo de fora antes de ver nitidamente o Deus imanente do universo de dentro.

O egoísta impuro não pode ver a Deus, que é amor puríssimo. O egoísmo, portanto, a egolatria, equivale a uma cegueira mental. Entre o Deus-amor e o homem egoísta se ergue, por assim dizer, uma muralha opaca que intercepta a luz divina. Enquanto o homem não ultrapassar as estreitas barreiras do seu ego personal, está com os olhos vendados, separados de Deus por uma camada impermeável à luz, que é a impureza de coração. Por mais que um ególatra ouça falar de Deus, nada compreende, porque compreender supõe ser. Ninguém pode compreender senão aquilo que ele vive ou é no seu íntimo ser.Entender é um ato mental, mas compreender é uma atitude vital; entender mentalmente é uma função parcial, unilateral do nosso ego humano – compreender é uma vivência total, unilateral, do nosso Eu divino. Quem não é divino não pode saber o que é Deus.

Estas são partes de um texto q eu li em um livro do Huberto Rohden, ele realmente me surpreende com a profundidade e sabedoria que escreve, são realmente palavras de um homem que passou a vida buscando as respostas, respostas que nos auxiliam nesses textos complicados. =]

Mas como fazer para colocar em prática tudo isso? Como então iremos transpor essas barreiras, criadas por nós mesmos, para adiante podermos desfrutar do Amor, que é Deus na sua essência... como o próprio Huberto diz, devemos praticar exercícios diários; exercícios de altruísmo, amor ao próximo, solidariedade, benevolência universal (pelas palavras dele). E com isso, nos tornarmos aos poucos menos egoístas e egocêntricos, para podermos tirar a venda que está em nossos olhos.

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